INVISÍVEIS

Cada ser humano, em sua passagem pelo mundo, costuma a deixar sua marca. Alguns constroem palácios, edifícios muito visitados; uns escrevem livros folheados por milhares de leitores e curiosos; ou deixam prole, heranças, ou plantam árvores que seguirão crescendo por muitos anos após sua morte. Outros, no entanto, se destacam pela invisibilidade. São aqueles que só se nota por um leve deslocamento de ar, ou uma sombra rápida que ao virarmos já não tem dono. São os que vão deixar o planeta da mesma maneira em que o encontraram.


Esse projeto propõe uma visita a essas pessoas invisíveis.


moçaInvisíveis reflete sobre a história e os usos do Parque Municipal de Belo Horizonte, a partir dos seus frequentadores mais anônimos. O projeto parte dos conceitos de portabilidade e realidade aumentada para proporcionar um passeio exploratório no parque, uma expedição em busca de personagens imaginários intimamente ligados àquele espaço.


Os visitantes recebem a orientação e os celulares especialmente preparados com um aplicativo que filtra a imagem ao vivo da câmera, superpondo fotos manipuladas de frequentadores do parque, tiradas pelos participantes das oficinas do festival. Um algoritmo de reconhecimento de imagem faz com que as imagens “flutuem” em lugares fixos, dando a sensação de uma presença virtual no local. Na medida em que os visitantes caminham pelo parque, o programa identifica suas posições e insere diferentes anônimos na tela, relacionados com o local por onde estão passando.


casalPessoas que possuam celulares com o sistema operacional S60 – como os Nokias N73 e N95 – podem instalar os programas em seus próprios telefones e explorar o parque de maneira independente. Uma trilha demarcada mostra o locais “ativos”.

Invisíveis é apresentado pelo festival Arte.mov

O aplicativo foi desenvolvido pelo próprio artista na plataforma Mobile Python. Em breve, uma versão pública do aplicativo será disponibilizada aqui.

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Biografia e contato:

Bruno Vianna nasceu no Rio de Janeiro, Brasil, em 1971. É formado em cinema pela UFF. Tem mestrado em Telecomunicações Interativas pela NYU, concluído em 1999. Começou em 2006 um doutorado em comunicação pela Universidade Autônoma de Barcelona.


Entre 1994 e 2003 dirigiu quatro curtas de ficção, que tratam sobretudo de temas sociais dentro da sua cidade natal. Em 2006 seu primeiro longa, Cafuné, lançado ao mesmo tempo em salas de cinema e na Internet, com uma licença Creative Commons.


Bruno trabalha com computação móvel desde 1999. Desenvolveu um sensor de movimento para Palms como seu trabalho final de mestrado. Recebeu no ano 2000 uma bolsa da Universidade Pompeu Fabra, em Barcelona, para desenvolver uma pesquisa em literatura interativa chamada “Palm Poetry”. Domina diversas tecnologias de desenvolvimento e programação como Java, Director, Processing, além de hardwares programáveis. 

E-mail: bruno em pobox.com